SEM PRECONCEITOS
INCORPORAÇÃO DE SENSAÇÕES
Numa retrospectiva de memória
o projeto do arquiteto Pitanga do Amparo onde a qualidade definitivamente
não está vinculada com as banalidades. Rose Bom Bom,
um espaço que já deu muito que falar, pois precursor
das danceterias, deixou por um período muitas expectativas
no ar.
Fotos: Antonio Di Ciommo
Fusion
Style em NOVARQUITETURA
"Por
que não se permitir a recuperação de lembranças
e visões arquitetônicas de outras épocas com
suas particularidades, adornos e luminosidades, enfim, climas que
involuntariamente ficaram registrados em minha memória?
Nem por isso esquecendo de nossa herança bauhausiana, modernista,
acadêmica e incorporando livremente um sem número de
informações de outros veículos: cinema, moda,
cartoons, para finalmente procurar demonstrar que a qualidade de
um trabalho artístico não está vinculado à
forma,nem à cor, nem à matéria com que o artista
trabalha.
E ir mais além transcendendo aos cânones limitadores
de nossa própria formação de arquiteto, incorporando
o humor e o deboche que estão presentes em todas as formas
de expressão da modernidade.
O espaço, palco de nossas elucubrações, precisa
se adaptar às nossas intenções, visto que resolver
as funções básicas de uma residência,
de uma boate ou uma lanchonete, nunca foi a tarefa maior de um profissional
competente.
Será na fusão, daí fusion style, de
todas as formas artísticas que nosso repertório visual
e intelectual contiver e na coragem do uso sem preconceitos das
cores, formas e luzes, que poderemos resgatar do nosso inconsciente
coletivo os elementos-chave de futuras sínteses."
Pitanga
do Amparo
08/07/1984
Fotos:
1.
A fachada com suas colunas retrofuturistas.
2. Coluna em solo de perspectiva
3. Os planos de vidro se sucedem delimitando espaços: sala
de vídeo, bar superior e mezanino - do branco ao preto.
4. No piso inferior detalhe da coluna geratriz emoldurando o new
wave look.
5. A coluna.
6. No bar inferior rajadas de spotlights apontam para a bem denominada
bat-escada.
7. Na hermética box-dancing, janela eletrônica
e a garota com bambolê em neon de Isabelle Van Oost.
8. Os recortes de vidro denunciam os dois níveis e permitem
uma leitura em preto e branco.