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EM DIREÇÃO A UMA OUTRA ARQUITETURA
1. TÉCNICAS NOVAS
AS ESTRUTURAS ESPACIAIS ( LE RICOLAIS, WACHSMANN, MAKOWSKI, DU CHATEAU, EMMERICH)
BUCKMINSTER FULLER E OS DOMOS GEODÉSICOS
NOVOS MATERIAIS (MATERIAS PLÁSTICAS, INFLÁVEIS)
NOVAS TÉCNICAS (DO AÇO,DO CONCRETO E DA MADEIRA; CASCAS, ESTRUTURAS SUSPENSAS E TENSIONADAS, MEMBRANAS PROTENDIDAS)

2. URBANISMO E PROSPECTIVA
A CONTRA-ARQUITETURA DOS ARTISTAS
MEGAESTRUTURAS
ARQUITETURA FLUTUANTE , SUBMARINA , LUNAR , SUBTERRÂNEA

3. PÓS-MODERNISMO , MINIMALISMO

Michel Ragon - Histoire de l’Architecture et de l’Urbanisme Modernes
3. De Brasilia au post-modernisme 1940 - 1991. 
Deuxième Partie - Les nouvelles approches de l’urbanisme. 
2. Vers une autre architecture - pag. 254/288

© 1986, CASTERMAN
tradução para o português: Dr. L. A. PITANGA DO AMPARO
AUP.801- Produção arquitetônica e meio ambiente 1995 segundo semestre
Prof. resp.: Dr. Sylvio Barros Sawaya - Profs. colaboradores: Dra.Edith G. de Oliveira e Dra. Maria José G. Feitosa

EM DIREÇÃO A UMA OUTRA ARQUITETURA

1. TÉCNICAS NOVAS      Click to the top
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AS ESTRUTURAS ESPACIAIS ( LE RICOLAIS, WACHSMANN, MAKOWSKI, DU CHATEAU, EMMERICH)

...A
busca de um sistema tendo por base a triangulação do espaço começa no final do século XIX com o estudo teórico de A. Foppl, A estrutura reticulada no espaço ( 1892), e no início do século XX com as primeiras realizações de estruturas tridimensionais por Graham Bell (1847-1922).
...Em 1907, Alexander Graham Bell construiu efetivamente em uma propriedade no Canadá uma torre de 28 m destinada às pesquisas de estruturas móveis, e composta de tetraedros.
...Mas não foi senão à partir do ensaio de Robert Le Ricolais sobre os "sistemas reticulados à três dimensões" (1939-1941) que as estruturas espaciais começaram a aparecer como uma nova linguagem arquitetônica permitindo, com os elementos standard uma infinidade de combinações. Limitadas à três dimensões modulares, bidirecional, tridirecional, quadridirecional, as estruturas espaciais utilizam em geral o metal, mas elas podem igualmente serem realizadas em concreto,ou mesmo em madeira. O nó, para o qual convergem todos os esforços, constitui o elemento chave das estruturas espaciais. Robert Le Ricolais(1894-1977) é um dos grandes injustiçados da arquitetura do século XX. Seus artigos e suas patentes não tendo encontrado na França nenhuma audiência, este engenheiro, cuja influência sobre a arquitetura de vanguarda atual se iguala àquela de Buckminster Fuller, emigrou para os Estados Unidos em 1951 onde ele animou na universidade da Pensylvania um (pág.254) curso de"estrutura arquitetônica". E aí, Le Ricolais ensinava que "a arquitetura deve ser uma combinação científica de espaços e de formas, submetida às funções e aos lugares". Fazendo apelo aos recursos da topologia e mostrando a concordância das ciências matemáticas com as formas naturais em meio à trabalhos práticos sobre as películas da estrutura das bolhas de sabão, Le Ricolais não fixava nenhum objetivo prático à seus estudantes. Com eles, ele explorava as combinações estruturais possíveis, verificava as propriedades estáticas ou dinâmicas de tal ou tal montagem, sem se preocupar com uma eventual utilização final. Mas suas pesquisas "gratuitas" desembocavam diretamente sobre as possibilidades de coberturas ou de pontes de enormes vãos livres, bem como sobre a eventualidade da realização de cidades tridimensionais. Le Ricolais propôs ele próprio um plano de circulação suspenso: o skyrail. Trata-se de uma trama triangular de pontes aéreas com vão livre de 500 metros, unidas por estações-torre de vinte à trinta andares ocupados por escritórios. Sobre estas pontes circulariam os veículos elétricos liberando o solo ¹.
...As estruturas espaciais passaram da teoria à realização com Buckminster Fuller e Konrad Wachsmann(1901-1980) nos EUA, Z.S.Makowski ² na Grã Bretanha; Frei Otto e Günther Günschell na Alemanha Federal; Stéphane Du Chateau e D. G. Emmerich na França. Stéphane Du Chateau(nascido em 1908), antigo aluno da Escola politécnica de Lwow, Polônia, fixou-se na França onde ele desenvolveu várias patentes de estruturas espaciais "tridirecionais SDC" permitindo a realização por soldagem (pág.255) de nós e tubos em camada simples de cúpulas e abóbadas ou em dupla camada de estruturas tridimensionais de grandes vãos; "pyramitec" na base de pirâmides prefabricadas; "tridimatec" na base de vigas cruzadas pré-fabricadas; "quadridirecional" para as abóbadas. Com seu sistema SDC, Stéphane Du Chateau realizou uma quadra de tênis coberta em Paris-Vaugirard formando um semi-cilindro em estrutura tubular, com um vão de 18 metros. Para a piscina do estádio de Boulogne-sur-Seine, ele utilizou para a cobertura uma estrutura tridirecional com dois planos separados de 2,30 metros, para uma superfície de sustentação de 47 X 47 metros. Com seu sistema "pyramitec", ele cobriu o hall da Feira-Exposição de Nancy com um paralelepípedo quadrado de 45 metros de lado e 2 metros de altura. Os esforços sobre todas as barras, bem como os deslocamentos, foram calculados eletronicamente na Inglaterra por D. S. Makowski.
...D. G. Emmerich escreveu para seus estudantes da Escola nacional superior de belas artes, em Paris, um Curso de geometria construtiva: morfologia. Este põe em evidência que a morfologia, domínio próprio da arquitetura como o demonstrou igualmente no último século Viollet-le-Duc, foi completamente abandonada por culpa dos teóricos da arquitetura funcionalista.

1 Os principais protótipos de transporte coletivo foram propostos: o Speedaway, inventado em Genebra e desenvolvido em Grã Bretanha pela Dunlop, que é uma esteira rolante capaz de transportar 250.000 viajantes por hora; o vagão esférico deslizaste no interior de um tubo à 800 km/h; a cabina teleguiada e todos os veículos sobre colchão de ar, como o Aerotrem do engenheiro Bertin, ou o Urba, que utiliza ao mesmo tempo, o colchão de ar e o motor linear.
2 Teórico e praticante, Makowski realizou especialmente a estrutura de tubos de aço da cobertura do hangar para o Boeing 747 no aeroporto de Londres. Com seus 168 por 82,5 metros à uma altura de 32,70 m e com seu vão livre de 135,60 m, esta estrutura espacial em camadas em diagonal foi, na ocasião de sua construção a maior do mundo.


..."O funcionalismo, escreve ele, embora ele fôsse de fato uma teoria morfológica, tinha como característica essencial a negação da forma enquanto substância arquitetural, e lançava justamente sobre todas as invenções formais livres o anátema de "formalismo".
...Tal qual Yona Friedman, Emmerich sustenta a necessidade de criar uma arquitetura científica, de encontrar uma " forma universal, um novo tijolo que, sòzinho ou por seus derivados, possa compor todos as partes de uma construção leve". E ele acrescenta com o humor que enfeita todos seus escritos: " O significado do ensinamento da favela é claro: é preciso industrializar não mais o bunker que se rejeita, mas a favela que convém". Quer dizer encontrar as técnicas da (pág.257) leveza, da mobilidade, de montagem e uma organização do espaço "morfológico". ..."O arquiteto, escreve ele ainda, no lugar de continuar a embasbacar-se diante de transatlânticos, fortalezas voadoras e outras máquinas antiquadas, faria melhor caso se inspirasse nos cristais, nas bolhas de sabão ou mesmo nas técnicas de embalagem". Le Ricolais e Buckminster Fuller encontram-se reconciliados nas cúpulas tridimensionais construídas por Emmerich. Emmerich desenvolveu numerosas estruturas espaciais no "jogo da construção", ou segundo o princípio do "livre serviço".

BUCKMINSTER FULLER E OS DOMOS GEODÉSICOS   Click to the top
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...O sucesso espetacular do domo translúcido constituindo o pavilhão dos EUA na Exposição universal de Montreal fez de Buckminster Fuller um homem célebre. Mas o mundo conheceu este pioneiro muito tarde e os Americanos não o "reconheceram" senão no fim da guerra. Richard Buckminster Fuller é com efeito o contemporâneo de Richard Neutra e de Alvar Aalto, mais velho doze anos que Niemeyer. Se ele não apareceu senão furtivamente nas páginas que precedem, é que, entre as duas guerras, malgrado as invenções que nós achamos hoje de um vanguardismo singular, seu nome não figurava jamais em nenhum recenseamento arquitetônico. No entanto, em 1927, Buckminster Fuller desenhava sua "Casa Dymaxion", em que a estrutura era suspensa por cabos de aço em um mastro de 20 metros de altura contendo as tubulações. Espantosa antevisão, em uma escala menor, das pesquisas recentes de Paul Maymont e de Arthur Quarmby.
...Foi preciso a guerra de 1940 para que as teorias de Buckminster Fuller fossem postas em prática. Requisitaram-no com efeito para desenvolver as habitações cilíndricas, em aço, que foram utilizadas pelo exército do Pacífico. Depois em 1946, uma indústria de aviões fabricou em série uma versão simplificada da Casa Dymaxion, sob o nome de "Wichita House".(pág.258)
...Concebida dentro da mesma técnica de montagem das peças de avião, e com as mesmas ferramentas, a Wichita House, em alumínio e aço, era suspensa por um mastro central e ancorada no terreno por cabos. Formada por sete tubos de aço, o mastro de 6,60 metros de altura não pesava mais que 32 quilos e podia suportar o peso da casa,  mais 120 pessoas em seu interior.
...Mas após a guerra, contràriamente ao que pensava Fuller, o interesse dos industriais não se encaminhou em direção à industrialização da construção. A venda da Wichita House foi abandonada.
...Buckminster Fuller empreende então o desenvolvimento das estruturas geodésicas que iriam lhe trazer a glória. Os domos geodésicos são redes poliédricas de estruturas de aço, recobertas de elementos metálicos, de matéria plástica ou mesmo de papelão, permitindo recobrir superfícies consideráveis sem pilares. Eles remetem diretamente, se bem que sob uma outra forma, aos princípios do Crystal Palace de Paxton. Durante longo tempo, estas cúpulas foram ùnicamente experimentais. O primeiro edifício não provisório de Buckminster Fuller foi o domo em alumínio das fábricas Ford em Dearborn(1953). Medindo 28,4 metros de envergadura e pesando 8,5 toneladas, este edifício foi montado em trinta dias. Em 1958, Buckminster Fuller construiria em Baton Rouge, na Luisiana, seu primeiro grande domo de 117 metros de diâmetro, ou seja mais que os palácios gigantes de exposição do século XIX. Mas Buckminster Fuller confessava muito mais ambição: construir um domo que recobriria a parte central de Manhattan e cujo diâmetro teria 3,2 kilometros, a altura 1600 metros em seu ponto central.
...O que não impede que Buckminster Fuller ficasse preocupado com a construção de moradias econômicas oferecendo o maior conforto possível, e com a habitação transportável de urgência. Ele desenvolveu assim com os estudantes da universidade Cornell a cúpula chamada "pinha" de 12,2 metros de diâmetro realizada em chapas de compensado; a cúpula chamada "iglu" em folhas de alumínio ondulado pesando 90 quilos; a cúpula "Geoespaço"em painéis de papelão.(pág.259)

NOVOS MATERIAIS (MATERIAS PLÁSTICAS, INFLÁVEIS)  Click to the top
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...Os plásticos invadiram à tal ponto nossa vida cotidiana que este material artificial tende à eliminar todos os materiais naturais. Salvo na arquitetura onde as revoluções são sempre tímidas. A indústria de matérias plásticas contudo se introduziu na construção pelo viés da isolação, das fechaduras, dos rufos, dos painéis de fachada, das divisórias, dos muros translúcidos, dos painéis-sanduíche, dos revestimentos de solo, das chapas de telhado e dos reboques. As matérias plásticas podem ajudar à revolução arquitetônica pela sua aptidão em realizar curvaturas irregulares sem emendas. Além do mais, sua leveza permite aliviar e simplificar as estruturas de sustentação. Inoxidáveis, insensíveis às intempéries, podendo serem coloridas na própria massa e evitando igualmente os trabalhos de pintura e reboque, maus condutores de calor e de barulho, perfeitamente estanques, vê-se fàcilmente tudo que o emprego dos plásticos podem trazer tanto para a renovação do repertório das formas arquitetônicas quanto para o conforto do habitat. Convencionou-se considerar que o primeiro protótipo de casa inteiramente em matéria plástica, desde a estrutura até os móveis, é aquela que Ionel Schein,Yves Magnant et Coulon apresentaram em Paris, na Exposição de utilidades domésticas, em 1956. Mas o arquiteto romeno Martin Pinchis contesta esta anterioridade.
..."O primeiro ensaio de uma casa de plástico, escreve ele, é debitado à Buckminster Fuller que construiu em 1955 a Fuller House. Ele é secundado em 1956 por P. e A. Smithson com suas Plastic Houses de Londres. Aproximadamente na mesma data apareciam em Paris as realizações de Schein e Coulon."
...É possível citar experiências ainda anteriores à estas já que, em 1945-1946, uma exposição de maquetes de casas em matéria plástica teve lugar na "Schloss" de Berlim. Um arquiteto francês, P.Fayol, lá apresentaria especialmente um projeto de casa redonda em cloreto de polivinil. (pág.260)
...Mas parece contudo que a "Casa caracol" de Schein-Magnant-Coulon seja històricamente a primeira casa em matéria plástica realizada em verdadeira grandeza.
...Em 1957, Dietz, Heger e Mc Garry realizavam nos Estados Unidos a Casa Monsanto, chamada "Casa do futuro", que se beneficiou de grande publicidade. Instalada permanentemente na Disneylândia, ela de resto tem sido visitada por milhões de pessoas. O professor Dietz tem prosseguido nos Estados Unidos as pesquisas de estruturas para as matérias plásticas na cátedra do MIT de Harvard. Na Grã-Bretanha, é o professor Makowski quem estudou na universidade de Surrey as estruturas dobradas e as estruturas alveolares. Desde 1961, o arquiteto Arthur Quarmby tem apresentado igualmente na Grã-Bretanha os protótipos e os projetos que fazem dele um dos pioneiros da arquitetura em matéria orgânica. Na Alemanha, as pesquisas de Frei Otto são igualmente muito ligadas ao emprego das matérias plásticas. Na França, é sobretudo Pascal e Claude Haussermann, assim como Chanéac em Aix-les-Bains, que impuseram a idéia de células autônomas, cascas em matéria plástica. Mas é necessário não esquecer em uma outra ordem de pesquisas dos "polycorolles" de Yves Chaperot, permitindo cobrir grandes vãos. Na Itália, Renzo Piano efetuou pesquisas com estruturas sobre os princípios das cascas e estudos de formas elásticas sob pressão. Projetos de casas em matéria plástica existem na União Soviética desde 1957. Mencionemos finalmente que os plásticos reforçados com fibra de vidro foram empregados em numerosos pavilhões na Exposição Universal de Montreal em 1967. A arquitetura industrial faz uso das matéias plásticas sob a forma de coberturas em poliester armado, de cúpulas translúcidas ou de plástico armado para as fôrmas e moldes de préfabricação. Das "bôlhas" habitáveis aos domos de 40 à 90 metros de diâmetro, das estruturas plissadas aos painéis componíveis (a casa de elementos de Christen, na Suiça), tudo está pronto para que as matérias plásticas intervenham estruturalmente no domínio do construído. Tudo está pronto, mesmo a produção em larga escala dos polímeros que é da mesma ordem de grandeza que aquela dos metais não ferrosos.(pág.261)
..."Ora, escreve Roger Hublin, a taxa de crescimento anual dos polímeros se avizinha de 12%, ao passo que para os metais ela vai de 3 à 5%. É então fácil de prever que em poucos anos, a produção em larga escala dos materiais orgânicos ultrapassará sensivelmente aquela do conjunto dos metais"
...A revista Techniques et Architecture, em seu número especial sobre as "Matérias plásticas 5", em 1971, recenseava 72 protótipos de casas em matéria plástica de 1956 à 1971.
...Paralelamente às estruturas em matérias plásticas se desenvolvem as estruturas pneumáticas, que utilizam ao mesmo tempo a borracha sintética e os envelopes em matéria plástica. As estruturas infláveis parecem uma técnica totalmente nova. Na realidade, elas são uma longa tradição que vai das velas de barco aos pneus de carro, passando pelos aeróstatos e os dirigíveis. Mas a idéia de utilizar o ar sob pressão para criar estruturas arquitetônicas não foi patenteada senão em 1917 por F.Lanchester. Nenhum dos projetos deste inovador foi realizado. Em 1948, o engenheiro americano Walter Bird retomará essa idéia para proteger das intempéries os grandes radares. Rapidamente, o Gênio militar e civil o aplicará na construção de barragens e de diques. Após ter sido a primeira técnica de transporte marítimo e aéreo, o inflável foi reutilizado pelo engenheiro Bertin para seu caminhão-aerodeslizante Terraplane e seu aerodeslizante Naviplane. Grandes câmaras frigoríficas em matérias infladas, quadras de tênis e piscinas cobertas dessa maneira, tendas pneumáticas, hangares para frutas com isolamento térmico e mesmo um hospital militar atendendo à todas as especificações de isolamento sonoro, térmico e climático foram igualmente realizados com sucesso. Envelope flexível esticado sob pressão exercida geralmente pelo ar,a estrutura inflável toma na maioria das vezes a forma da bolha de sabão, quer dizer da esfera. Mas é possível dar às estruturas infláveis a forma do cone ou do (pág.262)
 

PROTÓTIPOS DE CASA EM MATÉRIA PLÁSTICA

1956. Casa no Salão de utilidades domésticas,Paris. Schein,Magnant e Coulon arquitetos
1956. Cabine hoteleira móvel, França. Schein, Magnant, Coulon.
1957. Célula Montecatini, Itália.
1957. Casa Monsanto, USA. Dietz, Heger, Mc Garry.
1958. Casa do Mosproject em Moscou (aspecto tradicional)
1959. Casa-concha de Doernach, República federal alemã.
1961. Abrigo de estrada de ferro, Grã-Bretanha. A.Quarmby.
1961. Casa Mex, Paris. André Wogenscky.
1962. Casa experimental em Leningrado, URSS. A.P.J.Tcherbenok,etc.
1965. Casa-concha, França.Haussermann, Camoletti, Hoechel.
1966. Casa Trigon, Suiça. Justus Dahinden.
1967. Uni-Domo, Países Baixos, RFA. De Vries.
1967. Casa esferóide, Bélgica. G.de Moreau.
1968. Casa de férias, estrutura dobrada, México. Jose Diaz Infante.
1968. Bôlha seis conchas, França. Jean Maneval.
1968. Casa Futuro, Finlândia. Suuronen e J.Ronka.
1968. Sistema Cubino, RFA. R.Doernach.
1969. Casa redonda, Suiça. Casoni.
1970. Casa-tubo BASF, RFA. F.Dütler.
1970. Algeco 2002, França. (pág.263)

cilindro. Uma estrutura inflável pode durar dez anos. Ela se monta em dois ou três dias sobre não importa qual solo e pode ser retirada sem deixar nenhum vestígio.
...A arquitetura inflável se impôs na Exposição universal de Osaka, malgrado a defecção da França cujo pavilhão tinha sido concebido nesta técnica por Le Couteur e Sloan. Pôde-se ver com efeito em Osaka 5 balões cogumelos servindo de snack-bares, ora abertos, ora fechados por um jogo de cabos e de pressão de ar. Por outro lado, o pavilhão Fuji, por Yutaka Murata, que abrigava um auditório, representava a mais importante construção pneumática então realizada. Ela se compunha de 16 linguiças em forma de arco tendo cada um 3,90 metros de diâmetro e 78 metros de desenvolvimento. Essas linguiças estavam reunidas entre elas por cintas horizontais de 50 centímetros de largura,a cada 4 metros.
...O arquiteto Hans-Walter Muller (nascido em 1935), que fixou-se em Paris em 1961, especializou-se nos "volumes infláveis". Ele realizou numerosas construções nessa técnica: igreja no Val-d’Oise, teatro para a Fundação Maeght em Saint-Paul-de-Vence, halls de exposição, casa particular. Ainda na França, Bruno Schneider-Maunoury propõe um projeto de sala itinerante, nflável, transportável pela estrada; Aubert, Jungmann e Stinko, um hall itinerante de exposição, um podium itinerante para 5000 espectadores e uma habitação pneumática chamada o "Dyodon"; Quasar, de Aubert-Jungmann-Stinko, Bernard Quentin e Quarmby, é também o autor de móveis infláveis.
...Dois desenhistas industriais canadenses, André Vilder e Patrick Danan, propõem uma cidade de 100.000 habitantes construída em seis meses graças ao emprego das estruturas infláveis. Cada imóvel seria constituído de um núcleo central rígido, compreendendo as circulações mecânicas e os coletores, sustentando soalhos constituídos de estruturas pneumáticas. Cada soalho seria fixado ao núcleo central por cabos.
...Finalmente, encarregado da construção de uma cidade de trabalho perto do polo Norte, Francis Martin Lavigne utilizou um encaixamento de esferas rebaixadas parecendo um amontoado de bôlhas de sabão. Para essas cascas em matéria plástica, ele utilizou como fôrma uma membrana inflada sob fraca (pág.264) pressão de ar. Sobre a face interna dessa estrutura, ele projetou uma espuma de poliuretano de baixa densidade que, solidificando-se, constitui a casca autoportante. Assim, a fôrma assegura a estanqueidade e a casca autoportante a isolação térmica.

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...Se a matéria plástica e o ar comprimido tornaram-se materiais novos para a arquitetura, os materiais "clássicos" da arquitetura moderna, aço e concreto, estão à tal ponto metamorfoseados pelas novas técnicas que eles parecem às vezes transformados em materiais novos.

...Os progressos técnicos da solda possibilitaram doravante um aço formando uma estrutura contínua. O tubo permite construir imóveis teia de aranha. A ligação de tubos por nós mecânicos ou nós soldados conduz às estruturas espaciais. Os cabos tensionados que, desde as arenas de Raleigh por Nowicki em 1953, recorrem à técnica das pontes, tem apresentado "coberturas" de magnífico dinamismo. E um dos especialistas dessa técnica, René Sarger, escreve: "As estruturas em cabo não estão ainda senão nos balbucios da infância. "O desperdício de aço imposto ao mesmo tempo pelos produtores que querem faturar ao máximo, e pelas seguradoras, cujas exigências frequentemente exorbitantes conduzem à um aumento de custo de 15%, freiam atualmente os progressos da construção em aço.
...Os passadistas tem há muito tempo acusado o concreto de ser um material "amorfo", sem característica específica. É isto que nele censuram hoje, à seu turno, certos arquitetos de vanguarda. Os modêlos apreciados pelos engenheiros que querem transformar o concreto de material pesado em material leve não são mais nem as igrejas góticas nem os templos gregos, mas o ovo, a flor, o crustáceo, a concha, a bôlha de sabão, a teia de aranha. Daí surge uma arquitetura de finas membranas e de cascas. A casca, que suprime a noção de fachada, e na qual a resistência provém da própria forma, revela a ten(pág.265)dência atual da técnica do concreto armado à tender ao monolitismo.
...Mas os detratores do concreto armado censuram à este de querer assemelhar-se à tenda, considerando que a tela ou a membrana plástica, tensionada ou inflada, parece ser mais apropriada que o concreto à tais formas. A qualidade específica do concreto, dizem eles, é o peso, como muito bem demonstrou Le Corbusier. Tentar aliviar um material pesado é um procedimento mentiroso. Mas, concluem eles, o concreto tem, de qualquer modo, ainda sido um embuste no universo do funcionalismo, já que ele esconde o aço que o sustenta. Até onde se sabe o áspero combate conduzido pela geração funcionalista para impor o concreto à vista, em nome da verdade das estruturas, esses novos ataques, inteiramente fundamentados se nos rendermos ao credo funcionalista, não deixam de ter sabor.
...Parece contudo que o concreto se dirige para uma de suas "verdades" estruturais dispondo-se à desposar a forma das cascas já que Felix Candela sublinhou a afinidade de natureza entre o concreto armado e as conchas naturais. Inventando em 1954, na Flórida, as "bubble-houses", Elyot Noyes libertava o concreto armado do constrangimento de longas fôrmas. Ele imaginava com efeito utilizar como fôrma um balão em tecido impermeável inflado sob pressão. Uma vez o concreto despejado, o balão seria esvaziado. Infelizmente, essa técnica não pode servir senão para pequenas cúpulas. Desde então, desenvolve moldes em plástico para concreto lançado à pistola, as lajes servindo em seguida de isolante na casca. Esse princípio da fôrma perdida é igualmente utilizada com o aço. A aliança concreto-aço se concretiza com os perfis cobertos no concreto, pelas fôrmas perdidas em chapa, ou pelo concreto despejado dentro de tubos.
...Mais inesperado é a reaparição da madeira nas técnicas de ponta. Os primeiros arcabouços de madeira laminada colada datam no entanto de 1905-1910 e foram obra de um carpinteiro de Weimar Otto Hetzer. As colas novas de grande eficácia relançaram essa técnica cerca de 1950-1955. Obtem-se doravante grandes vãos em madeira superpondo-se e colando-se pranchas delgadas depois recurvando-as em arco. Victor L.Lundy é o especialista dessa técnica (pág.266) nos Estados Unidos, bem como Robert Lourdin na França (cúpula em rêde da igreja de Viroflay).
...As construções em forma de esfera, de semi-esfera, de ovo e de lentilha começam então à aparecer perto dos tradicionais paralelepípedos retângulos.
...Cascas finas, membranas protendidas, superfícies esconsas, madeiramentos tridimensionais constituem quatro direções técnicas da arquitetura não se referindo à nenhum edifício do passado. Chega-se à construir cascas tão leves que no lugar de colocá-las pesadamente sobre o solo, é preciso ancorá-las, como as tendas. A amarração se torna nesse caso tão importante quanto, ontem, a coluna.
..."As novas estruturas imaginadas há um século pelos matemáticos, escreve René Sarger, tornam-se pouco a pouco materiais da arquitetura"
...As formas matemáticas e as formas esculturais serão talvez os motores da arquitetura do futuro. Da casa-armadilha, da casa-gaiola, da cidade concentradora, nós iremos talvez em direção à lona de circo, o trapézio voador, o jogo da construção, Luna Park. Mas a cidade é sempre feita à imagem da sociedade que a elabora. Para que uma semelhante metamorfose se produza, precisaria evidentemente que o homem passasse do estado de homo faber àquele de homo ludens.
...O funcionalismo tinha liberado a planta da tirania das paredes de sustentação. O que resultou na planta livre. Hoje, é à liberação da forma que nós tendemos. Após o falso apoio, após a transparência, aparecem as técnicas onde o pêso torna-se desprezível. As cascas pertencem à essas técnicas, mas também as estruturas suspensas por cabos de aço, as membranas protendidas, as estruturas tensionadas, as membranas e os envelopes flexíveis.
...David Jawerth, especialista em estruturas tensionadas, é o engenheiro do teatro ao ar livre em Otigheim, RFA(1961), de um hangar de aviões em Teerã(1962), de uma fábrica em Lesjöfros na Suécia e de um estádio de vidro em Estocolmo. É em membranas protendidas que está construído o Sydney Myer Music Bowl, na Austrália(Guncken Preeman, Graffiths, Simpson arquite(pág.268)tos; W.L.Irwin e G.C.Molyneux engenheiros). O conjunto olímpico para os Jogos de 1972 em Munique foi coberto de modo contínuo por meio de uma rêde de cabos metálicos trabalhando à tração e protendidos. Sua estrutura é independente da estrutura dos andares. É evidentemente Frei Otto(nascido em 1925), especialista em membranas protendidas e em estruturas infláveis, que assumiu(com Behnisch, Leonard e André) a cobertura flexível de seus 73.000 m² de superfície.

2. URBANISMO E PROSPECTIVA    Click to the top
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...É no X CIAM, em Dubrovnik, em 1956, que a "heresia" começa à se manifestar na arquitetura moderna, com as intervenções de Candilis, de Soltan, de Yona Friedman. Ao passo que Candilis, com Bakema e Alison Smithson, oficializava a heresia com a criação do Team X, um certo número de arquitetos viravam resolutamente as costas aos CIAM e fundavam em 1957 o GEAM(Grupo de estudo da arquitetura móvel). Todos sendo então jovens e desconhecidos: Yona Friedman de Haïfa, Soltan de Varsóvia, Trapman de Amsterdam; Aujame, Emmerich e Maymont da França; Frei Otto, Schultze-Fielitz e Ruhnau da Alemanha; Otaka do Japão. Devendo em seguida se juntar ao grupo Günther Günschell da Alemanha, Camille Frieden de Luxemburgo, Friberger da Suécia.
...Estudando os sistemas estruturais que permitem transformar a cidade, e especialmente as estruturas espaciais, o GEAM queria aplicar os princípios sociais de mobilidade à arquitetura. Assim, à partir de 1958, Yona Friedman(nascido em 1923) propôs sua cidade espacial sobre pilotis permitindo uma mobilidade da habitação através de um jogo de cheios e vazios. No ano seguinte, ele publicava a primeira versão mimeografada de sua tese A arquitetura móvel e propunha suas "cidades-pontes". Em 1960, Paul Maymont(nascido em 1926) registrava sua patente de cidades flutuantes em forma de pirâmides. No Japão, na mesma época(1957-1960), um certo número de jovens arquitetos trabalhando com Kenzo Tange recolocavam em questão a evolução (pág.269) da arquitetura e fundavam em 1960 o grupo Metabolismo. Aí reencontrava Otaka, membro do GEAM, e Kikutake que, em 1958, tinha apresentado no Japão um projeto de cidades flutuantes. O animador do Metabolismo era Kurokawa que propunha as cidades espaciais de forma helicoidal. No mesmo ano(1960), Tange publicava seu plano: Tókio-sobre-o-mar. Continuando suas pesquisas em caminhos muito paralelos àqueles de Yona Friedman em Paris,Tange devia, em 1967, construir a primeira arquitetura rompendo com o paralelepípedo fechado: o Yamanaschi Communication Center, construção transparente acentuando os volumes das circulações horizontais e verticais ligando os blocos habitáveis. Em 1967, o Metabolismo devia publicar dois livros: Metabolism + Metamorphosis, Metabolism in Architecture and City Planning. Sempre no Japão, Arata Isozaki, igualmente antigo colaborador de Tange, apresentou um projeto original de arquitetura espacial "crescente".
..."O que importa, disse-me ele, é a vida dos seres humanos numa arquitetura que não se congela jamais. O piano não é a música, mas os arquitetos de hoje se interessam sòmente pela estrutura do piano e não pela música."
...Em 1963, na Grã-Bretanha, apareceu o grupo Archigram formado por Warren Chalk, Dennis Crampton, Peter Cook, David Greene, Michael Webb, Ron Herron, Peter Taylor e Ben Fether. O Archigram dedica-se à desenhar uma cidade maquinista alegrada por um imaginário pop art, constituído de uma estrutura espacial de continuidade indefinida suportando todas as instalações do habitat e dos transportes.
...A fim de constituir um elo internacional entre os pesquisadores muitas vezes isolados, e para mostrar que uma verdadeira corrente prospectiva internacional se desenhava, nós fundamos em Paris, em 1965(com Friedman, Jonas,Maymont, Patrix,Schein, Schöffer), o GIAP(Grupo internacional de arquitetura prospectiva). Walter Jonas, de Zurique, havia proposto as cidades em forma de crateras desde 1958: as Intrapolis. Nicolas Schöffer era o autor de um projeto de "cidade cibernética". O GIAP reune ràpidamente um grande número de pesquisadores: (pág.271) Mathias Goeritz do México, Manfredi Nicoletti de Roma,autor de um projeto de "Monaco-sobre-o-mar", Arthur Quarmby de Londres, Dahinden de Zurique, Chanéac(nascido em 1931) de Aix-les-Bains (células componíveis em 1960, cidades-crateras, cidade flutuante), Deryng de Lille (garagens-núcleos), Pascal Hausermann (casa em forma de ovo), Jean-Claude Bernard (projeto de "cidade total" em 1960), Biro e Fernier (cidade em X,1962), Guy Rottier (cidade de férias sobre fio, casa enterrada, arquitetura ready made), James Guitet (casa biológica). Uma seção do GIAP de língua alemã, criada em 1967, reunia, além de Jonas e Dahinden, Frei Otto, Ruhnau, Doernach e Schultze-Fielitz.
...Em 1966, os arquitetos Claude Parent (nascido em 1923) e Paul Virilio (nascido em 1932) fundam em Paris o grupo Architecture Principe preconizando a "função oblíqua". Uma aceleração do movimento faria florir os grupos prospectivos: grupo Miasto na França (Michel Lefebvre, Robert Bezou, Witold Zandfos) propondo uma megaestrutura para células industrializadas; Archizoom em Florença; seção de "prospectiva da arquitetura na URSS" no Instituto de teoria e de história da arquitetura de Moscou, em 1969 (maquete de cidade em forma de hélice por Gutnov, projeto de "cidade cinética" por Pchelnicov, cidade-porto assemelhando-se ao atol artificial de Maymont desenhado para Monaco por Jatïane Rimskaïa-Korsakowa, Ernest Werner, Zeneïde Dïakonowa, Valentin Jankaïan). Desde 1961, tinha sido criado na URSS, em Moscou, a primeira cátedra no mundo do ensino da teoria das membranas suspensas.
...É a influência de Jerzy Soltan (nascido em 1913) e de Sophia e Oskar Hansen que foram ligados ao GEAM ? É o exemplo de tantos poloneses emigrados fazendo o trabalho de pioneiros: Nowicki, Makowski, Du Chateau ? A verdade é que uma corrente prospectiva importante existiu na Polônia onde Semka bem como J.Jedynak desenharam as estruturas piramidais à cabos portantes.
...Na Romênia, Martin Pinchis, que remete à Mendelsohn pelos seus croquis muito barrocos, proclama que "os estudos de homens tais como Tange e Friedman abrem o caminho às novas concepções urbanísticas". Na Bélgica, Jean Englebert desenhou um projeto de "Liége ano 2000". Na Itália, (pág.272) Enzo Venturelli (nascido em 1910) é o autor de projetos de arquiteturas-esculturas e de construções com cilindros unidos por uma coluna central. Na Grécia,Takis Ch.Zenetos (nascido em 1926) propôs em 1962 um "urbanismo eletrônico" com as instalações urbanas "flexíveis, manejáveis ou substituíveis" num sistema tridimensional espacial. Na França, Iannis Xenakis (nascido em 1922) publicou um projeto de "cidade cósmica" em 1964, e Dan Giuresco uma "cidade Alpha".
...Nos Estados Unidos, a imaginação fecunda de Buckminster Fuller abordou todos os domínios da prospectiva arquitetônica. Não apenas ele propôs em seus últimos anos os projetos de cidades flutuando sobre a água, mas também esferas geodésicas suspensas no ar. Suas cidades flutuantes, estudadas com o apoio da Fundação Triton de Cambridge e do Departament of Housing and Urban Development,compreendendo uma plataforma em aço ou concreto e superestruturas em elementos pré-fabricados podendo serem construídos nos canteiros navais e depois transportados por rebocadores. Cada unidade flutuante agruparia 5.000 pessoas. Buckminster Fuller esteve igualmente ligado ao projeto de uma cidade experimental em que a universidade de Minnesota estabeleceu as plantas. Um domo translúcido recobriria todo um bairro dessa cidade. A firma Walt Disney se propôs igualmente à construir a cidade experimental Epcot (Experimental Prototype Community of Tomorrow) na Flórida.
...No Arizona, Paolo Soleri (nascido em 1920), antigo colaborador de F.L.Wright, desenhou pacientemente sua cidade ideal: Mesa City, para 2.000.000 de habitantes. Cidade essencialmente orgânica na qual Soleri e seus estudantes concebem todos os detalhes ampliados em plantas e em maquetes. Soleri é também o autor de projetos de cidades-torres, de cidades subaquáticas, de cidades integradas à pontes e à barragens.

A CONTRA-ARQUITETURA DOS ARTISTAS   Click to the top
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...As proposições arquitetônicas de certos artistas, pintores e escultores, são suficientemente numerosas para que se possa falar à propósito de uma contra-arquitetura.
...O primeiro foi sem dúvida o escultor Mathias Goeritz (pág.273) quando ele publicou no México, em 1952, o Manifesto da Arquitetura emocional. Unindo a prática à teoria, Goeritz construia em 1952 o museu El Eco no México deliberadamente dentro de um espírito antifuncionalista depois, em 1957, as cinco colunas de concreto da cidade-satélite do México que permanecem como uma das obras mestras da "arquitetura-escultura" em que Goeritz foi um dos primeiros protagonistas.
...Na Europa, saiu do grupo nórdico COBRA um "movimento por uma Bauhaus imaginista" organizado pelos pintores Asger Jorn e Constant. Esse movimento toca um congresso em Alba(Itália) em 1956 com a intenção de propor alternativas não funcionalistas ao néo-Bauhaus de Ulm. Constant elaborou então um projeto para um acampamento de ciganos que será o ponto de partida de seu projeto de cidade adaptada à mobilidade da civilização urbana futura. ...Com os situacionistas, e em particular Guy Debord em 1958, Constant desenvolverá um conceito de "urbanismo unitário". Depois, à partir de 1960, ele abandonará a pintura para se consagrar ao estudo de uma cidade ao mesmo tempo tecnológica e lúdica: New Babylon. Em 1958 igualmente, o pintor zuriquês Walter Jonas apresentava seus primeiros projetos da Intrapolis, cidades em forma de funis se abrindo no interior e podendo se ligar umas às outras.
...Em 1968, o pintor austríaco Hundertwasser pronunciava na sala Concordia em Viena uma conferência intitulada: Manifesto de boicote à arquitetura. Na cidade de Otto Wagner e de Loos, uma voz se elevava, a qual não era passadista, para dizer:
..."A linha reta é a única linha não criadora...a linha reta é um verdadeiro instrumento do diabo...Na qualidade de Austríaco eu tenho uma responsabilidade moral; porque essa arquitetura criminosa partiu da Áustria para o mundo..."
No mesmo ano, Jean Dubuffet propunha suas maquetes de "edifícios", espécie de protuberâncias destinadas à provocar um câncer na cidade funcionalista; Georges Mathieu desenhava uma fábrica, muito barroca, em Vendée; enquanto que um (pág.275) terceiro pintor, James Guitet, estudava minuciosamente as plantas de uma casa biológica e de um urbanismo costeiro.
...Essa contra-arquitetura funcionalista dos pintores e dos escultores devia levar à criar uma tendência chamada de "arquitetura-escultura". A partir de esculturas de Szekely foram construídas na França a capela de um convento em Valenciennes e um vilarejo de férias em Bretagne; à partir de esculturas de Philolaos, os reservatórios de água da ZUP de Valence. A obra do escultor Marino di Teana é inteiramente orientada para a arquitetura, como essa, em um outro registro, de Nicolas Schöffer. Assinalemos também que certos pintores, como Georges Patrix, esforçaram-se por reintroduzirem-se na cidade, seja como coloristas, seja como designers. Reconhece-se lá as mesmas aspirações da época de William Morris.
...Na URSS, o grupo cinético Dvijénié se orientou ele também para a arquitetura, trabalhando especialmente no estudo de megalópoles do futuro que o animador do grupo, Lev Nusberg, chama "anti-mundo", porque nessas acidades a fantasia, a espiritualidade, a arte estariam em toda parte.

MEGAESTRUTURAS   Click to the top
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...José-Luis Sert (Engineering News-Record, 15 de abril de 1965) previu no coração das futuras cidades a construção de megaestruturas contendo todo o equipamento urbano: unidades de habitação, magazines, garagens, terminais de linhas de transporte. Esse antigo animador dos CIAM nada faz senão homologar uma corrente da qual nós acabamos de falar. Porquanto tratasse das proposições de Yona Friedman, de Maymont, de Constant, De Rhunau, de Schultze-Fielitz, etc., ele trata de qualquer maneira de megaestruturas. Louis Kahn concebeu igualmente em 1955 um projeto de imóvel-torre, quebrando com o paralelepípedo retângulo ao exprimir o contraventamento e a variedade entre os diferentes níveis, que é uma megaestrutura. Exatamente como o projeto de cidade-ponte, em 1960, do Americano James Fitzgibbon; ou as torres piramidais de Frei Otto; ou a "cidade estrutura" vertical para 250.000 habitantes de Aldo Rossi e Donatella Mazzoleni; ou a "Exa-City" de Enrique Fernan(pág.276)dez Iglesias, Espanhol residente no Canadá; ou esse que Gernot Kramer, arquiteto de Kalsruhe, chama de "Grande Sistema"; ou esse de dois Franceses vivendo em Madagascar, Marc Plumet e Michel Bedu, chamado Atelopole, estrutura linear contínua; ou ainda a proposição de René Sarger de duplicar os atuais bulevares periféricos de Paris por uma via expressa,suspensa acima deles, em que os níveis inferiores e os pontos de apoio tornar-se-iam cidades-pontes.

ARQUITETURA FLUTUANTE , SUBMARINA , LUNAR , SUBTERRÂNEA   Click to the top
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...Nós vimos que Tange propunha um plano de Tókio-sobre-o-mar, que Kikutake, Paul Maymont e Buckminster Fuller desenharam cidades flutuantes. Numerosos outros estudos são feitos nesse sentido, especialmente por Walter Jonas (centro cultural flutuante), por Chanéac(Aixila), pelo Americano Katavolos(arquitetura química,1960). No curso dos anos 1964-1968, desenvolveu-se a idéia de realizar um centro cultural flutuante sobre o lago de Zurique.
...Em 1967, uma cinqüentena de arquitetos suíços expunham seus projetos que foram reunidos em um livro. Édouard Albert, em colaboração com o comandante Cousteau, publicou igualmente um projeto de ilha artificial ao largo de Mônaco. Na Inglaterra, uma equipe composta de Jellicoe, Arup, Mills, Moggridge, etc., desenhou uma ilha de concreto e de vidro construído em anfiteatro de dezesseis andares, sobre pilotis, rodeando uma laguna central. Finalmente, Jacques Couelle propôs nas Caraíbas uma cidade de lazer flutuante, sobre uma laguna. Numerosos estudos são feitos para um habitat provisório submarino destinado aos oceanógrafos ou aos futuros "trabalhadores do mar": mineiros, petroleiros, criadores de plantas e de peixes. O Alemão Jurgen Claus estuda dentro dessa perspectiva as estruturas submarinas e o Francês J.Rougerie uma ocupação do espaço marinho chamado Thalassopolis.
...Existem igualmente vários projetos de cidades lunares. Uma das primeiras é sem dúvida aquela de Paul Maymont consti(pág.279)tuída de mastros tubulares e de cabos protendidos. Sobre os mapas da lua estabelecidos na União Soviética, a localização de uma grande cidade lunar já está marcada e seu nome indicado: Eratosthéne. Guy Rottier assim como um grupo de jovens arquitetos (Jean Hanémian, J.G.Baudet, Michel Clarion) igualmente publicaram projetos de arquitetura lunar.
...Mencionemos enfim a idéia do urbanismo subterrâneo, devido à Édouard Utudjian(1905-1975) e defendido pelo GECUS (Grupo de estudos e de coordenação do urbanismo subterrâneo) após 1933. Por muito tempo considerado como utopista, o urbanismo subterrâneo aparece hoje como uma solução permitindo conciliar a conservação das cidades antigas e as necessidades de circulações, de estacionamentos e de depósitos diversos.

3. PÓS-MODERNISMO , MINIMALISMO   Click to the top
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...Utilizado pela primeira vez na Inglaterra por Charles Jencks em 1975, o termo pós-modernismo ressurgiu nos Estados Unidos e se reintroduziu na Europa pela Itália onde ele chegou com banda de música 1980. Mas é o pós-modernismo bem como a arquitetura dos anos 20 que ele arrasa: esses estilos arquitetônicos nada tem feito senão homologar as descobertas plásticas apresentadas uma quinzena de anos antes pelos pintores e escultores. Como se sabe, Le Corbusier em 1920 se referia aos pintores cubistas e à arte abstrata de Mondrian de ter precedido ela também em uma dezena de anos à abstração arquitetônica de Mies van der Rohe. O pós-modernismo é um avatar do pop art, do novo realismo, da nova figuração, até mesmo do hiperrealismo. Exatamente como os sobressaltos figurativos em pintura e a reintrodução do objeto tem sido manifestos contra uma certa tirania da arte abstrata, o pós-modernismo é uma reação violenta contra a academização do modernismo arquitetônico, seu tabu do purismo, sua ideologia do ângulo reto, sua religião da higiene, etc.
...O primeiro manifesto contra a arquitetura de estilo internacional foi o livro do arquiteto americano Robert Ven(pág.280)turi em 1966: Complexidade e Contradição em arquitetura. Venturi se exprime aí num estilo por vezes tão próximo daquele do pintor Jean Dubuffet que isto remete ao pastiche. Que se julgue:
..."Como eu amo as coisas, é que elas sejam híbridas antes que puras, oriundas de acordos antes que de mãos limpas, irregulares antes que sem desvio, ambíguas antes que claramente articuladas, também contrariantes mais que impessoais, também luminosas antes que vinculantes, convencionais mais que originais, redundantes mais que simples..."
...Mas o Prospecto aos amadores de toda espécie de Dubuffet, de onde acreditar-se-ia oriundo esse parágrafo, antecipou em vinte anos o livro de Venturi.
...Em todo caso, o manifesto do pop art arquitetônico virá sòmente em 1977 e será assinado pelo mesmo Venturi: O Ensinamento de Las Vegas. Na realidade, Dubuffet poderia também reivindicar o espírito desse livro, mas entre Dubuffet e Venturi estão dessa forma aqui introduzidos Rauschenberg, Oldenburg e Rosenquist. Lá ainda, a penetração de um universo pictórico dentro do universo arquitetônico foi lenta, mais de dez anos, já que o pop art culmina internacionalmente em 1964 com o Grande Prêmio da Bienal de Veneza entregue à Rauschenberg.
...O que entende Venturi por "o ensinamento de Las Vegas" ? Pois bem, que visitar Las Vegas no meio dos anos 60 "corresponde à uma viagem à Roma no fim dos anos 40". Ele exalta nesse a arquitetura comercial mais vulgar, quer fazer reconhecer o "valor da arquitetura representativa à beira das autoestradas", os avisos luminosos, as fachadas de cassinos, os postos de gasolina. "Nós defendemos, proclama ele, o simbolismo do feio e do ordinário em arquitetura."
...Venturi colocou o primeiro explosivo. Mas é o arquiteto inglês Charles Jencks que devia superar a simples referência ao pop art e uní-lo ao historicismo passadista, florescente, haja vista, nos Estados Unidos desde 1960 com a reviravolta de Philip Johnson passando da filiação à Mies van der Rohe aos pasti(pág.281)ches art déco e góticos. Com seu livro A linguagem da arquitetura pós-moderna(1979), Jencks lançava um rótulo cômodo e desviava o humor corrosivo de Venturi em direção ao retrô. Sua frase inicial, manifesto, ficará como permanecem os slogans percucientes de Le Corbusier: "A arquitetura moderna morreu em Saint Louis, Missouri, aos 15 de julho de 1972, às 15,32 horas."
...É de fato nesta data e à esta hora que um grande conjunto habitacional construído segundo os ideais dos CIAM foi dinamitado em Saint Louis como impróprio ao uso. Depois, as destruições de imóveis edificados na euforia dos anos cinqüenta-sessenta operaram-se em diversos lugares, e especialmente na França onde a maioria dos HLM dessa época foram decretados de insalubridade pública pelo próprio ministério da Construção.
...O texto de Charles Jencks é mais exatamente uma inversão da linguagem arquitetônica da modernidade. O international style dos anos 20-60 tinha colocado em seu panteão Adolf Loos e seu slogan: "O ornamento é um crime. "Jencks declara, é lógico: "O ornamento não é um crime. "Exatamente como Venturi ele quer fazer a arquitetura falar o jargão comercial da rua. Ele exalta o vernacular, o tradicional, a metáfora, o simbolismo, o ecletismo, todas as coisas execradas pela geração Le Corbusier / Gropius.
...Após Jencks, o arquiteto italiano Paolo Portoghesi tentou dar ao pós-modernismo uma seriedade que a ironia de Venturi tinha comprometido e que o ímpeto mais desordeiro de Jencks podia tornar suspeito. Suas duas obras, Além da arquitetura moderna(1981) e O Pós-Moderno(1983), a exposição espetacular que ele organiza em 1980 em Veneza no espaço da Bienal de Pintura, "A Presença da História", exposição transportada com brilho para Paris no ano seguinte, lançaram definitivamente o pós-modernismo que encontrou na Europa uma vedete escandalosa, Ricardo Bofill.
...Bofill tinha produzido obras de uma modernidade surpreendente enquanto ele vivia em Barcelona. Depois vímo-lo escorregar no historicismo com seu projeto de viaduto de Alicante que se inspirava nos aquedutos romanos e cair enfim no passadismo o mais aflitivo com seu projeto para o terreno dos ex-Halles de Paris onde fazia alegremente um pastiche de Le Bernin. O moder(pág.282)nismo do Bofill de Barcelona tinha chocado. Seu passadismo devia lhe trazer a celebridade. Eclético como o diabo (tanto quanto o Charles Garnier da Ópera de Paris). Bofill empresta de Ledoux, de Bernin, de Guadet e do velho Le Maresquier, o inimigo número um de Le Corbusier, autor acadêmico do Círculo militar da praça Saint-Agustin em Paris. Ele empresta também do estilo stalinista para o Palácio de Abraxas em Marne-la-Vallée e o "Versailles para o povo" de Saint-Quentin-en-Yvelines. E não é um dos menores paradoxos aquele de ver certos defensores do pós-modernismo, como Bernard Huet, que foi redator da revista Architecture d’aujourd’hui de 1974 à 1977, considerar a Avenida Karl-Marx de Berlim-Este como uma das obras mais interessantes do pós-guerra. Iofan e Speer estão reabilitados.
...O pós-modernismo é tanto mais pernicioso quanto ele repousa sobre os desenhos por vezes esplêndidos e suas realizações são raras. A magnificência dos desenhos de Bofill surpreende todas as escolas de arquitetura. Um retorno ao "belo desenho" é de resto produzido pelo viés do pós-modernismo.
...Entendamo-nos bem. Não somos nós que censuramos aos arquitetos de se pretenderem artistas e de buscarem outra coisa além da herança funcionalista dos anos vinte que tão naturalmente se esclerosou. Nós temos há muito tempo reprochado aos arquitetos de renunciar à sua missão de artista em proveito de uma ilusória luta competitiva com o engenheiro ou o industrial. Os pós-modernistas são por toda evidência artistas e, como muitos pintores e escultores contemporâneos, eles são mais sensíveis à uma arte da derrisão, do sarcasmo, que à uma arte da razão e do rigor. O "international style" dos anos 20 tem sido frequentemente qualificado de calvinista em razão de sua seriedade imperturbável, de seu puritanismo. E compreende-se que uma nova geração de arquitetos tinha sentido com um comichão de inveja, não de colocar bigodes na Gioconda mas, o que dá na mesma, as molduras sobre uma fachada. As decorações de molduras tão "Art Deco 25" sobre as fachadas das rigorosas casas construídas por Robert Stern nos EUA ou, mais ainda, as pedras esculpidas encaixadas sobre a fachada de um imóvel no muro-cortina de vidro por V.Maz(pág.283)zucconi, avenida Matignon em Paris, procedem da técnica pictórica da "colagem". Paolo Portoghesi o confirma quando ele escreve:
..."O emprego irônico da citação, a peça arqueológica como ready made são as descobertas da vanguarda figurativa dos anos vinte que abordam a arquitetura com sessenta anos de atraso"
Esse emprego da citação foi sem dúvida levado ao máximo com as colunas da Piazza d’Itália de Charles Moore em Nova Orleans(1978)onde o historicismo procede de um academicismo tão histérico quanto ele se parece com o hiperrealismo dos pintores e dos escultores.
...Mas não venhamos à confundir novamente, como nos mais aberrantes decênios do ecletismo do século XIX, arquitetura e decoração ? Quando Venturi proclama: "A catedral de Amiens é um painel publicitário com um andar atrás", ou ainda: "O palácio italiano é por excelência um hangar decorado", e finalmente: "A Los Angeles arquetípica será nossa Roma e Las Vegas nossa Florença", se reconhece bem a iconoclastia anti-européia dos artistas pop americanos.
...O grupo Site, fundado nos EUA em 1970 por Alison Sky, James Wines e todo um conjunto de artistas interdisciplinares, leva o humor e a provocação tão longe que alegra o surrealismo de Magritte. A fachada chanfrada do magazine Best em Houston(1975), o canto do imóvel que se desprende do magazine Best em Sacramento(1977), a fachada oblíqua do magazine Tilt em Maryland(1978), o estacionamento-fantasma em Connecticut(1978) são espantosas gags arquitetônicas à nosso ver mais originais e mais bem sucedidas que essas de Venturi e de Moore que cheiram um pouco mais à anfiteatro universitário.
Mas o pós-modernismo não representa a única vanguarda dos anos 1975-1991. Totalmente em seu oposto, arquitetos levam ao máximo a poética da tecnologia e, poder-se-ia dizer, de uma espécie de super-modernidade. É o caso de Renzo Piano e de Rogers com o Centro nacional de arte e cultura Georges-Pompidou em Paris, da renova(pág.284)ção da linguagem da ornamentação na arquitetura solar, e de numerosas obras onde a arquitetura industrial encontra com brilho suas letras de nobreza: centro de distribuição Renault em Swindon(GB), por Norman Foster, construção industrial e restaurante das fábricas Renault em Boulogne-Billancourt(França), por Claude Vasconi, e as obras, que nós temos citado em seu contexto geográfico, de Jean Nouvel, Deslaugiers, Rogers, Piano, etc.
...Existe mesmo uma réplica arquitetônica da arte minimalista dos pintores e dos escultores (aparecida em 1966) que se situa nos extremos do historicismo eclético do pós-modernismo. Lá ainda a criatividade arquitetônica não se manifestou senão dez anos após essa dos pintores e escultores. Dois arquitetos representam com força o minimalismo em arquitetura: o Suíço do ticino Mario Botta (nascido em 1943) e o japonês Tadao Ando (nascido em 1941). Abandona-se com eles as maquiagens, o estuque, a afetação, por um recurso à essa que é a essência mesma da arquitetura, quer dizer o espírito da geometria.
...A obra de Tadao Ando, inteiramente realizada no Japão e principalmente constituída por casas particulares, põe em jogo um repertório de formas simples: quadrado, retângulo, semi-círculo. Suas casas são de caixas opacas, recusando o ambiente japonês tumultuado. Elas viram as costas para a rua, por vezes ostensivamente, como sua casa-muro, e se abrem para uma caixilho envidraçado ou um patio. Microcosmos herméticos, essas casas não tem outra vista senão o céu. Arquitetura do vazio, do silêncio, do imutável, "arquitetura-monge" escreveu, manifestando um "recusa quase religiosa do secular". Tadao Ando se opõe tão bem à ideologia tecnológica dos metabolistas(Kurokawa) quanto às facetas da decoração. Não sòmente sua obra é inteiramente centrada no Japão, mas ainda a maioria de suas criações são realizadas em Osaka ou em Kobe.
...Se o minimalismo arquitetônico se exprime pelo cubo (Sprekelsen para a Cara da Défense em Paris, Bukichi Inoue com seu museu da Escultura em Hakone), a esfera, a pirâmide (projeto de Pei para a entrada do Grande Louvre), Tadao Ando e Mario Botta tem uma predileção pelo cilindro ou o semi-cilindro.(pág.286)
...A célebre Casa Redonda de Mario Botta é de fato um cilindro de doze metros de diâmetro. Como Ando, Botta recusa a integração ao ambiente. Artifício, objeto intelectual, a arquitetura da Casa Redonda se apresenta a mais com um material "pobre": o bloco de concreto. Volume primário simples, que tende ao pombal e ao moinho, a Casa Redonda de Botta é separada em dois por uma larga fenda, entalhe no volume de base. A intensidade da forma primária geral é ressaltada pelas formas secundárias depuradas ao extremo. Em 14 de agosto de 1793, a Convenção abriu um concurso de arquitetura a fim de encorajar os artistas à exprimir o ideal revolucionário. Segundo o voto da Convenção, os monumentos deviam ser "simples como a virtude". A arquitetura, acrescentava, deve se regenerar pela geometria.
É a uma semelhante convocação que o minimalismo arquitetônico nos convida.

Tradução : PITANGA DO AMPARO
fevereiro de 1996


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